Esse vai ser um post cheio de histórias da vida a bordo, visitando lugares e encontrando uma nova paixão. Segue comigo nesses primeiros meses de trabalho a bordo na Costa Cruzeiro!
Mais tranquilo e mais a vontade a bordo, depois dos primeiros problemas, já havia passado da hora de conhecer as outras partes do navio, além do meu “escritório”, o buffet. Depois de algumas semanas a bordo eu tive a chance de dar uma passada com o William no Crew Bar, só pra dar uma olhada e conhecer a nossa pequena turma de brasileiros, éramos mais ou menos em 15 “brazucas” a bordo do Costa Mediterranea.
Falei rapidamente com o Marcos, Tharita, Lucas, Felipe e outros brasileiros. No cruzeiro seguinte, embarcou o Jhonata que, desde o primeiro dia a bordo em que ficamos conversando no Crew Mess por muito tempo, virou um grande brother. Muitas histórias engraçadas viriam depois daquele dia e, até hoje, ele é um dos melhores amigos que a vida a bordo me deu.
A primeira noite que tive oportunidade de realmente ir ao bar, teve uma mini Crew Party e, lá eu poderia conhecer um pouco mais do que era a vida a bordo. As festas do Costa Mediterrânea eram as mais animadas possível, eu já tinha me juntado à galera de brasileiros, que me recebeu super bem, e alguns “gringos” também.
Um caso a bordo, uma companhia
No meio dessa festa, o William me chamou para conversar com um pessoal do departamento de Animação. Um deles era o argentino Lorenzo, que havia embarcado no mesmo dia que a gente e, com eles, estava uma italiana, a Arianna, que era children animator. Ficamos alguns minutos trocando uma ideia e, passados cinco minutos de conversa, eu entendi porque haviam me chamado ali. Eles simplesmente saíram e me deixaram conversando com ela e, mais pra frente, eu saberia que tudo foi a pedido dela.
Conversamos por um tempo numa área mais tranquila do bar e depois, largamos a festa. Daí pra frente, começaria outro caso a bordo, mas dessa vez com uma tripulante e não uma passageira, o que era permitido pela companhia.
Ela dividia a cabine com uma russa cantora que dormia durante todas as horas do dia em que não estava trabalhando e não gostava que outras pessoas visitassem a cabine, principalmente homens. Então a Arianna, minha nova companheira italiana a bordo, sempre vinha até a minha cabine para ficarmos juntos em nosso tempo livre. O nosso caso durou até o meu último dia a bordo do Costa Mediterranea, quando fui transferido para outro navio.
Nós nunca assumimos um namoro a bordo pois era confortável como estava. Quando eu estava no buffet, nos víamos, pois ela levava as crianças para as atividades e às vezes eu ajudava, como minha função de trabalho de Snack Steward. Também nunca saíamos juntos pois os horários eram diferentes e eu sempre saía na companhia de algum amigo, enfim, era algo confortável para os dois, já que curtíamos a companhia um do outro nas horas de folga a bordo mesmo.
Histórias da vida a bordo
O trabalho estava cada vez mais tranquilo, o nosso supervisor Poojary, era o melhor supervisor que podíamos ter, pegava no pé de vez em quando, mas era um grande brother também. Sempre que podia, tentava se programar para nos dar um “Day Off” ou “Lunch Off” já que o primeiro era quase impossível. Eu realmente não tinha do que reclamar daquele período a bordo. O horário era bom, o trabalho não era aquele absurdo que todos comentavam antes, nos grupos do Facebook, ou até era, mas eu me acostumei. Tinha também uma companhia amorosa pra me deixar mais tranquilo também. Acredite, você vai precisar de uma companhia a bordo, seja ela por todo o contrato ou temporária.
Me apaixonei pela Turquia e a magia de Istambul com suas mesquitas e parques, onde desci do navio para visitar algumas vezes com outros amigos como o Alan. Me surpreendi com as diferenças e o tratamento em Israel, nas cidades de Haifa e Ashdod, onde tudo é tratado com extrema seriedade e foco na segurança. E tive histórias malucas de quase perdermos o navio com o César, Marcos, Alan e uma galera muito grande do navio, somente porque ninguém nos entendia e ninguém falava hebraico, mas a russa cantora que trabalhava no navio nos salvou.
Não entendia uma palavra em russo, quando os ucranianos falavam algo, davam informação ou até mesmo nos xingavam por falarmos um pouco alto nos ônibus de Odessa, mas admirávamos a beleza ucraniana nas praias de Yalta. Nos sentíamos a vontade ao falar português em Lisboa, mas tínhamos que tomar cuidado, pois estávamos mal acostumados a falar as coisas e ninguém entender no navio.
Na mesma Lisboa onde curtíamos os “overnights” no bairro alto e depois no píer, onde salvamos o Alan, que se envolveu com uma cubana (muita feia) e que com certeza o levaria para um lugar onde pudessem retirar e vender seus órgãos.
A Grécia, mesmo com seus 40° C, encantava a todos e nos fez querer sempre voltar para Atenas, mesmo depois de um rolê relâmpago, quando fui a Acrópole com o Felipe e conhecemos muita coisa da cidade em um tempo “curto” de “lunch off” com um taxista louco e playboy, sem falar das loucuras de Mykonos e suas praias paradisíacas com festas durante o dia.
As cidades da Itália que são lindas e diferentes, a sensação de poder ir para Roma com um mini “Day Off” quando a mãe da Débora estava a bordo e nós seriamos transferidos no cruzeiro seguinte. Ahhh, a beleza espetacular da Espanha! Seja em Valência com monumentos enormes e a cidade das ciências e o aquário, ou Barcelona, Málaga e Cádiz, com um sol maravilhoso e as belas praias.
Histórias da vida a bordo: lugares e memórias incríveis
Cada país e cidade com uma particularidade e uma forma de nos encantar e atrair diferentes. Aqueles foram ótimos momentos a bordo. E, o melhor de tudo, é que sabíamos que esse tempo jamais voltaria (que pena), e por isso aproveitamos da melhor forma possível.
O meu tempo no Mediterranea já estava acabando, a temporada europeia estava chegando ao fim e as transferências começariam em poucos dias. Nós nunca tínhamos certeza de quando seriamos transferidos, nem sabíamos para onde. Cada cruzeiro se iniciava com uma nova surpresa, e uma hora viria a nossa. O Mediterranea foi uma das minhas histórias da vida a bordo mais incríveis que poderia ter.
Um dos conselhos que tenho para os novos tripulantes é que curtam ao máximo a vida a bordo no navio onde estão, cada porto, cada cidade e faça o que tiver vontade de fazer na hora e no dia em que está lá. Nunca deixe para a próxima vez no porto, pois o navio passará por lá, mas pra você, pode ter sido a última vez.
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