Os dias antes do embarque são marcados por uma mistura sensações, ansiedade, e até mesmo um certo medo do que está por vir. Você está prestes a entrar em um mundo desconhecido, que pode reservar muitas surpresas; isso pode ser algo bom ou ruim. O fato é que a sua vida mudará com toda certeza a partir do momento em que pisar na sala de embarque do aeroporto.
Tentando organizar a vida, dias antes do embarque
Eu tentei ao máximo deixar tudo pronto em duas semanas, fiz os exames médicos solicitados pela companhia, comprei algumas coisas para levar na mala e tentei me despedir de TODOS os amigos, é claro que infelizmente sempre sobra alguém que não tivemos tempo de ver ou por algum motivo não estava por aqui. Eu não quis fazer uma despedida, pois a maioria dos meus amigos não se conheciam e visitando um a um, fica uma coisa mais pessoal.
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Na última semana, chegaram os detalhes de voo e cartas de embarque, a rota seria: São Paulo (GRU) > Roma (Fiumicino) > Gênova (GOA), ficaria uma noite no Hotel Riviera Celle, em Celle Ligure e no dia seguinte seguiríamos rumo ao Porto de Savona, o principal porto da Costa Cruzeiros e a cidade considerada como “casa” para os tripulantes, para embarcar no Costa Mediterrânea, um navio que não é tão grande e até antigo se comparado aos outros da frota.
Eu, como sempre, não havia ainda arrumado minha mala, tinha dúvidas do que levar para uso pessoal e trabalho, embora soubesse que a bordo não é preciso muita roupa, pois a maioria do tempo usamos uniformes, e eles podem ser vários, para serem usados em diferentes ocasiões em um mesmo dia, lembro que quando ia visitar o meu tio a bordo, volta e meia ele estava vestido com o uniforme, mesmo que em horário de “break”. Eu havia comprado algumas coisas, mas não tinha certeza se era suficiente.
A última semana, tentei passar ao máximo do lado da minha namorada, até então, pois sabia que o tempo que ficaríamos longe um do outro poderia mudar completamente as coisas entre nós, ela não estava bem de me ver partindo, mas parecia feliz pela minha conquista. Estávamos cientes que as coisas poderiam mudar e não julgaríamos um ao outro caso alguém decidisse seguir um caminho diferente, afinal, o meu caminho já estava mudando.
Eu normalmente não tenho tanta ansiedade e isso não me atrapalha em outros aspectos, mas há dois dias do embarque, eu já não conseguia mais dormir, passava a noite pesquisando TUDO sobre a vida a bordo e os lugares que passaria e quando tentava dormir ficava pensando em como seria toda essa mudança. Minha mãe me mimava fazendo as coisas que eu gostava de comer, porque eu passaria um pouco mais de 8 meses sem comer a comida feita por ela. Faltando menos de dois dias, exames e passagens em mãos, eu decidi começar a arrumar a mala.
Sabia que era verão na Europa e estava bem quente nos países em que passaríamos, então a maioria eram roupas de verão, mas tentei não levar muitas peças de cada, somente camisetas e cuecas que acabei levando um número bem grande mas, de resto, levei: um sapato social, calça preta e camisa branca, embora a companhia fornecesse todos esses itens, três pares de tênis, dois de chinelos, umas três bermudas meio jeans e outras três pra banho/dormir, duas calças jeans, uma jaqueta e dois “pullovers” caso fizesse frio algum dia.
É importante levar alguns medicamentos para alguma possível emergência ou uma simples dor de cabeça, eu não levei muitas coisas, mas usei o que levei, que foram: uma caixa de Dorflex, para os primeiros dias e dias mais pesados, remédio pra dor de cabeça, colírio, algo tipo Engov, pra curar a ressaca, remédio pra enjoo, e uma vitamina pra repor as energias diárias. Quanto aos itens de higiene pessoal, fica a critério de cada um o que levar, só não precisa levar tanto pois é possível comprar nos portos de parada. Mesmo tendo em mente o que levaria, as coisas ainda não estavam na mala.
O último dia foi para as despedidas desesperadas de última hora e revisar todos os documentos que levaria, à noite, fui jantar na casa da namorada e os pais, foi tudo normal como sempre, até a hora de ir embora e me despedir deles. A mãe dela chorou muito, parecia que estava vendo um filho indo embora quando soube que era verdade o fato dos oito meses longe de casa, pois até então, ela achava que era exagero da minha parte. Me despedi, tentando não chorar muito e voltei pra casa, foi uma das piores despedidas entre as que havia feito. Quando cheguei em casa, já era o DIA de partir, tinha que colocar tudo nas malas de uma vez e arrumar os últimos detalhes, colocar músicas e documentos no notebook… ainda faltava MUITA coisa pra arrumar!
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