Batu Caves: o templo hindu em Kuala Lumpur, Malásia

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Atualizado em 29/06/2021
Por: Bruno

Atualizado em 29/06/2021
Por: Bruno

Quem visita a Malásia, muito provavelmente reservará alguns dias para conhecer a capital Kuala Lumpur e todas as atrações e surpresas que a cidade reserva aos seus visitantes. Quando o assunto é o que fazer em Kuala Lumpur, a atração que não pode ficar de fora são as Batu Caves. Nós visitamos as famosas cavernas e vamos contar um pouquinho da nossa experiência, dar dicas para que você possa conhecer da melhor forma e otimizar o seu tempo, e claro, sem gastar muito com isso.

Batu Caves - Murugan cave - hindu

Detalhe nas imagens hindu dentro da caverna principal, Murugan Cave.

As Batu Caves

Este complexo de cavernas é a casa de um templo muito importante para o povo Hindu, que realiza diversos festivais religiosos em diferentes épocas do ano, como o Thaipusam, que acontece no final de janeiro e é a maior celebração do festival fora da Índia (sim, isso é impressionante).

Na chegada ao local é possível ver uma montanha gigante e inclinada que traz a impressão de que está engolindo as pequenas construções aos seus pés e, só olhando na chegada, não somos capazes de imaginar o que existe lá dentro ou o quão alto é aquilo. As estátuas hindus também aparecem aos pés da montanha nos deixando boquiabertos com os detalhes e criatividade deste povo.

A primeira estátua a ser vista logo na chegada é a de Lord Hanuman, conhecido como o Deus das causas impossíveis. A história diz que Hanuman, também conhecido como Deus-macaco, foi uma reencarnação de Lord Shiva e é considerado um exemplo de força, devoção e perseverança.

Batu Caves - Hanuman - Deus Macaco

As diferentes cavernas

As Batu Caves são formadas por um complexo de três cavernas principais e algumas outras pequenas, que possuem templos e santuários em seu interior. Cada caverna tem a sua particularidade e história ligada à religião. Em algumas cavernas é cobrado um valor para entrada e, pelo que vimos, varia de acordo com a estrutura para visitação e serviços que eles oferecem, como, por exemplo, uma visita guiada.

Batu Caves - Ramayana cave

Ramayana Cave

Essa caverna é provavelmente a primeira que todos entram, pois fica logo na entrada do complexo e ao lado do Deus Hanuman. A caverna é formada por calcário, o que dá um ar diferente ao lugar e parece que TUDO ali foi feito pelo homem.

O templo foi criado para contar a história de Lord Rama de uma forma cronológica, e isso é feito através das imagens postas nas paredes irregulares da caverna, onde existem diversos santuários e altares contando alguma parte da história do hinduísmo, seus deuses e demônios, tudo relacionado a Lord Rama, cada história uma viagem diferente e interessante. O lugar é muito bonito e vale a pena a visita, que custa por volta de 5RM.

Dica: Se você tem dificuldades de locomoção não suba a escadaria que tem ao final da caverna, pois não há nada lá em cima, além de um portão fechando uma área escura. Do contrário, subir até lá pode proporcionar uma vista legal e diferente da caverna.

Na subida existem várias pichações e coisas escritas em hindi e outros idiomas. Infelizmente não encontramos ninguém para perguntar se isso era algo normal ou um ato de vandalismo. Veja as fotos acima. 🙂

Batu Caves - Lord Murugan

A estátua do Lord Murugan e a escadaria até o templo

O símbolo deste complexo está em frente a escadaria que leva ao templo Murugan: a gigante estátua do Lord Murugan. Ela é impressionante e fica ainda mais bonita quando o plano de fundo são os 272 degraus que levam até a caverna principal.

A estátua mede cerca de 42 metros de altura, sendo considerada a maior estátua Hindu da Malásia e a segunda maior do mundo e, como havíamos lido em vários sites antes de visitá-la, ela é maior que o incrível Cristo Redentor, dá pra acreditar? Pois é, ela foi inaugurada em 2006, após quase três anos de construção, custou algo como R$1, 250 milhão, e leva mais de 300 litros de tinta dourada. 😉

Logo após a estátua, estão os degraus que levam até duas outras cavernas. São 272 degraus, que se feitos em um dia de muito sol, podem se tornar um castigo. É também em volta das escadas que estão as centenas de macacos a espera de comida que é dada pelos turistas ou simplesmente esperando por um descuido para roubar algo e levar para as árvores.

Enquanto estávamos subindo vimos um macaco rasgando a sacola de uma mulher para roubar um salgadinho que havia lá dentro, ela teve sorte, pois poderia ser algo de valor. A dica é NÃO carregar nada que fique balançando (sacolas, bolsas), pois isso chama a atenção deles e guardar bem as câmeras e bolsas, pois eles são bem agressivos quando querem pegar algo.

Batu Caves - Murugan temple

Caverna Principal (Templo Murungan)

Após subir todos os degraus em um dia de MUITO sol, nos sentimos como o Silvester Stalone em uma das cenas do filme “Rocky“, só faltou a musiquinha de fundo. Esse é o ponto principal da visita ao complexo de Batu Caves. A caverna impressiona com o teto alto e as aberturas que deixam os raios de sol entrarem, criando efeitos lindos no chão e em alguns pontos.

Se der a sorte de estar lá por volta das 13h30, é possível que veja os raios iluminando a caverna, como na foto abaixo.

Batu Caves - Murugan cave - luz do sol na caverna

Durante a nossa visita, alguns templos da caverna estavam em reforma e nós não pudemos entrar, mas visitamos o principal, que fica após mais alguns lances de escada. Este templo fica na parte que mais gostamos na caverna, pois essa área é aberta e com muito verde e, por isso, virou casa para os macacos que ficam passando por cima da montanha para entrar ali. Ficamos imaginando como seria estar nessa caverna durante algum dos festivais que acontecessem por lá, deve ser incrível.

Batu Caves - Dark Cave

Entrada da Dark Cave

Dark Cave

A Dark Cave é onde foi encontrada a aranha mais rara do mundo (segundo a organização do local), e eles fazem questão de estampar isso com os banners logo na entrada. É também uma caverna em que se pode ver algumas plantas que só existem por lá. Descoberta em 1878, a Dark Cave está entre as cavernas tropicais mais pesquisadas do mundo.

A entrada na caverna é paga e eles fornecem um tour guiado para os interessados em ver a aranha Trapdoor Spider (nome dado às aranhas grandes, mas não venenosas, que vivem em países tropicais).

Nós acabamos não entrando nessa caverna pois ouvimos comentários ruins sobre o lugar e, no final, os RM35 sairiam caros, até porque estava fora do nosso budget. Mas, se você tem tempo e o orçamento permite, vale a tentativa. 😛

Escalada em Batu Caves

Embora muitas pessoas visitem as Batu Caves com a intenção de visitar os templos, conhecer a história e saber mais sobre a religião, a parte da montanha ao redor da caverna e a parte de trás oferecem algumas das melhores vias de escalada do Sudeste Asiático.

Para quem deseja escalar por lá, o local oferece vias para todos os níveis de escaladores e para quem não é de subir pelas paredes, é possível também fazer algumas trilhas disponíveis. Quando estávamos em Borneo, conhecemos um casal suíço sensacional (Adi e Sabrina), e que nos disseram que haviam ido à Batu Caves, mas somente para escalar a montanha, como você confere nas foto deles acima.

Não viaje sem seguro! um dos principais gastos dessa nossa longa viagem pela Ásia é o seguro viagem, pois sabemos que se prevenir é sempre importante, principalmente quando se trata do quesito saúde. Comprovamos isso quando o Bruno bateu a cabeça e precisou ser hospitalizado na Tailândia. Nós estávamos cobertos pela World Nomads e o suporte foi sensacional, e em português. Outro grande parceiro brasileiro é a Seguros Promo. Saúde durante a viagem não é brincadeira, não arrisque viajar sem seguro. 😉

Bilhete usado no KTM em Kuala Lumpur

Bilhete usado no KTM em Kuala Lumpur

Como Chegar em Batu Caves

A melhor forma de chegar nas cavernas é usando o transporte público. A estação, que leva o mesmo nome das cavernas, fica quase dentro do complexo. Como nós estávamos hospedados em uma guesthouse em Chinatown, que fica bem perto da estação Kuala Lumpur do KTM Komuter (trem), fomos andando para pegar o trem direto para lá. Se você estiver por ali, basta ir até a estação Pasar Seni do LRT e atravessar o rio pela passarela, que leva até o terminal de trens KL Sentral. O bilhete até a estação Batu Caves custa por volta de RM2,50. Os trens saem a cada 15 minutos em horário de pico, e 20-30 minutos em horários mais tranquilos, com o primeiro saindo às 6:45.

A viagem leva cerca de 25-30 minutos em um trem muito bom, com ar condicionado e poltronas confortáveis. Vindo de outras partes da cidade, não recomendo pegar ônibus, já que o trajeto pode levar mais de 1h30 e acabar saindo mais caro e, infelizmente, o maravilhoso GoKL não vai até lá.

A opção seria chegar até KL Sentral de táxi ou ir de táxi direto para as Batu Caves. O Uber e o Grab funcionam muito bem em Kuala Lumpur, e por vezes pode ser muito mais confiável e seguro que táxi, uma vez que todos nós conhecemos a reputação dos taxistas no Sudeste Asiático, né?! 😛

Vagão de trem do KTM em Kuala Lumpur

Vagão de trem do KTM em Kuala Lumpur

Atenção: se for usar o KTM, preste atenção no vagão que vai entrar, pois os primeiros são destinados somente às mulheres. Eu não sabia, entrei e sentei e uns dois minutos após sairmos da estação, o guarda me mandou ir para o fundo, mesmo que a Victória estivesse comigo. Isso aconteceu com vários outros estrangeiros que estavam no mesmo vagão.

Comidas em frente ao restaurante indiano na Malásia

Comidas em frente ao restaurante em Batu Caves. O gulab jamun é o pote transparente na primeira fileira.

Onde comer em Batu Caves

Existem diversos lugares para comer perto das entradas principais ou entradas de cada uma das cavernas. Nós não almoçamos por lá, mas comemos um doce indiano que amamos e não encontramos em todos os lugares: o delicioso gulab jamun. Se quiser provar o doce, o restaurante fica no caminho entre o Deus-macaco e a estátua de Lord Murugan. Existem outras opções de comida por lá, mas para melhores preços e variedades, espere até chegar de volta em Kuala Lumpur.

P.S.: O gulab jamun fica melhor com sorvete de baunilha, mas não conta para os indianos, tá? 😛

Hospedagem perto de Batu Caves

Embora a maioria dos bons hotéis, hostels e outros tipos de hospedagem estejam na zona central de Kuala Lumpur, é possível encontrar boas opções também na região de Batu Caves, o que pode ser bom para quem não tem muito tempo na cidade, mas ainda quer ver as cavernas ou simplesmente quem deseja evitar a locomoção até lá. Separamos as melhores opções abaixo:

Para mais opções naquela região, veja uma lista completa aqui.

O que levar na mochila

Nós sempre saímos prevenidos para as várias ocasiões que podem ocorrer durante o dia nas cidades em que estamos, e mesmo que não coloquemos tudo na mochila, sempre temos algo que vamos usar no dia. As dicas do que levar na mochila quando visitar as Batu Caves são as seguintes:

  • Protetor solar (o sol pode ser absurdamente forte por lá, como em todos os países da Ásia que passamos até hoje)
  • Água – evite ser explorado quando chegar ao complexo, principalmente após subir as escadas
  • Biscoitos
  • Óculos escuros
  • Troca de roupas – se desejar fazer o tour da Dark Cave, pois existem partes que podem sujar bastante as roupas
  • Sarong/ Canga (para mulheres) – para amarrar na cintura na hora de entrar nos templos
  • Câmera fotográfica

Dicas do que levar na mala em sua viagem para a Malásia?

Gostou das dicas? E como foi a sua experiência visitando as Batu Caves? Conta pra gente aqui nos comentários! Se quiser ver mais fotos ou vídeos sobre Kuala Lumpur e outros países da Ásia, siga as nossas redes sociais: Instagram, Facebook, Pinterest e YouTube.

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Somos Bruno & Vic, dois viajantes que se conheceram e se apaixonaram trabalhando a bordo de um navio de cruzeiros. Em 2016, saímos em uma viagem ao mundo e, desde então, levamos a nossa vida na estrada. Entre caronas, voluntariados e trabalhos online compartilhamos nossas inúmeras experiências e pouco dessa vida nômade aqui no Blog Na Proa da Vida, veja mais

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Bruno
Já morei numa casa de lata flutuante onde o maior prazer era descobrir os sete mares. Trabalhei nos maiores eventos esportivos do mundo e vi o Bolt voando para mais um ouro no Rio de Janeiro. Hoje viajo o mundo sem data de volta para casa, na verdade, tenho chamado o mundo de minha casa. Não conto quantos países conheci pelo número de carimbos no passaporte, pois às vezes conheço dez países dentro de um só. Mergulhador e amante do oceano, amo aprender novos idiomas e coisas novas e escrevo sobre algumas das minhas aventuras no Na Proa da Vida.

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