Depois de dois meses a bordo do Costa Serena e com a temporada brasileira se aproximando, o número de brasileiros aumentando a cada vez que passávamos por Savona. Os gringos começavam a nos tratar de uma forma diferente, respeitavam mais que o normal e se aproximavam mais. Faziam algumas perguntas, que às vezes parecia que na mente deles, o navio estava realmente a caminho da selva, onde as pessoas usam arco e flecha para caçar, matam pessoas para comer a carne e etc.
Eu estava cada vez mais enturmado com os tripulantes, não tinha motivos para reclamar de nada, estava curtindo a vida de trainee no restaurante, os passageiros eram muito legais e o Crew Bar estava cada vez melhor.
A brasileira também estava fazendo training, então ficava difícil de nos vermos, pois depois do training ela ia arrumar a linha dela no buffet e, quando era muito tarde, não nos víamos.
Dois meses a bordo do Costa Serena e a excursão do Capelano
No próximo Civitavecchia teria excursão do Capelano para Roma, e eu já havia pedido o lunch off para a Michelle. Visitaria Roma pela segunda vez, e dessa vez, a maioria dos amigos poderia ir também.
Em dia de excursão deveríamos estar de pé bem cedo, para sair assim que o navio atracasse e aproveitar o dia ao máximo. Entre os amigos que iam a excursão estavam o pessoal do buffet e mais uma galera de outros departamentos, a brasileira também estava.
Nós tínhamos que andar sempre com o pessoal da excursão, mas na frente do Vaticano tinha uma fila tão grande e tão lenta, que decidimos ir para o Coliseu. Passamos nas lojas próximas à praça São Pedro para comprar souvenir e pedir informação, já praticando o italiano. Visitamos tudo de ônibus, como eu havia feito da vez anterior. Chegamos rápido ao Coliseu e a fila também estava enorme, infelizmente não daria tempo de entrar. Ficamos um tempo por ali e voltamos andando ao lado do Foro Romano, onde compramos blusas de Roma com aquelas estampas de “I <3 Roma”. Voltamos de táxi para o Vaticano, ponto de encontro para todos, e estava uma chuva imensa, o mundo caía sobre a Praça de São Pedro.
Voltando ao navio no ônibus, a brasileira veio do meu lado e, conversando, percebi que ela falava de nós como se tivéssemos algo sério, mas os dois sabiam que isso não ia acontecer. Chegando no navio, estávamos na hora de trabalhar quase. Foi o tempo de ela ir na minha cabine, ficarmos juntos por 20 minutos e subir para o buffet. E essa foi a última vez que ficamos realmente juntos.
Dois meses a bordo do Costa Serena e o término com a brasileira
Logo em seguida destes acontecimentos, tive uma boa surpresa: o Pong estava saindo da cabine. Ele não me avisou, eu vi as coisas dele arrumadas mas não sabia quando ele iria.
Em um dia de embarque em Savona, cheguei pela manhã na cabine, após trabalhar no café da manhã, e as coisas dele não estavam mais lá, ele não avisou, não falou nada. Achei bom, mas tive certeza que ele não avisou pois, se alguém chegasse, eu não pegaria a cama de baixo, que é tão cobiçada por todos e fica sempre para os mais antigos na cabine. Rapidamente mudei minhas coisas para baixo e saí para comer uma feijoada no Tucano Bar e comprar créditos no Green Turtle Savona.
Com o navio saindo de Savona, vi que tive muita sorte, pois ninguém havia embarcado na minha cabine e eu teria pelo menos um cruzeiro de privacidade e solidão na minha cabine, até porque estava “solteiro” de novo.
Mais três cruzeiros e iniciaríamos o crossing para a América do Sul, e eu rezava para que ninguém entrasse na cabine até lá.
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